Em Açoite, Destaques

Gastos de turistas brasileiros no exterior aumentam por um fator de quase dez nestes últimos dez anos, diz a Folha, 01/01/2014, sem perceber o âmago da questão, ou seja, o fato relevante de que o que cresceu neste período foi o gasto por turista brasileiro no exterior, que era de menos de mil dólares per capita, para quase três mil.

Olhares benevolentes poderão concluir que, ótimo, os brasileiros estão mais ricos.

Todavia, se compararmos com gastos de turistas estrangeiros no Brasil (que eram meros US$1.08 per capita), ou seja, quase três vezes menos do que o que gasta o brasileiro no exterior podemos concluir que ou esse turista estrangeiro é avarento, o que não seria de estranhar pois a maioria é de argentinos, ou o brasileiro é gastão, ou melhor, generoso.

Não, a verdade, entretanto, é outra, não somente o brasileiro vai às compras no exterior, como também gasta muito mais que três mil dólares, obtidos no câmbio negro. Somente esse fenômeno explica a preferência, com três vezes mais, viagem do que para Europa ??? O brasileiro vai a Miami para comprar, ou melhor, contrabandear. E discernem-se dois tipos de contrabandistas, amadores e profissionais. Aquelas imensas malas facilmente reconhecíveis. Não somente as empresas de aviação que fazem Miami são coniventes, como também a Alfândega Brasileira. É o que chamamos pacto de cavalheiros. Todo mundo ganha. Só perde o Brasil.

E o mal não é apenas a evasão de divisas, mas o prejuízo para a indústria nacional. É verdade que é muito difícil resistir a uma pechincha durante uma viagem e não é este um mal relevante. O grande problema é contrabandista semiprofissional que perverte a condição de turista por um ganho ilegal e a corrupção que promove.

Créditos de imagem: linhaaberta.com

Facebooktwitter