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Por Espaço Público

O Prêmio Nobel de Economia de 2001 e professor da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, Joseph Stiglitz, é o entrevistado desta semana do Espaço Público. O economista é um dos inspiradores do movimento Occupy Wall Street, que, quatro anos atrás, levou multidões às ruas de Nova York, Boston, Chicago, Los Angeles, San Francisco e outras cidades americanas, atingindo depois outros países, inclusive na Europa, em grandes protestos populares contra a ganância, a corrupção e a desigualdade econômica e social.

Crítico do liberalismo e das políticas de austeridade fiscal que implicam na imposição de sacrifícios à sociedade, Stiglitz põe a desigualdade no centro dos debates e defende a reforma do sistema financeiro internacional. Ele destaca, na entrevista, que “a única prosperidade sustentável e real é a prosperidade compartilhada”. Explica que “quando a sociedade tem mais coesão e igualdade, até o 1% mais rico se beneficia”. O economista diz ser injustificável um especulador ou alguém que herdou dos pais pagar menos imposto do que quem trabalha para viver.

Da esquerda para a direita: Joseph Stiglitz; Paulo Moreira Leite; Florestan Fernandes Jr

Da esquerda para a direita: Joseph Stiglitz; Paulo Moreira Leite; Florestan Fernandes Jr

O Prêmio Nobel de Economia aponta o Brasil como “exemplo de combate eficaz às desigualdades”. Mas revela-se preocupado com as políticas atuais de austeridade, em especial com os cortes que provocam desemprego. E também critica o setor financeiro nacional, em especial o privado, que diz cobrar as maiores taxas de juros do planeta. Ele ressalva que não inclui nessa crítica o BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que reconhece como instituição “respeitada no mundo inteiro”. Para Joseph Stiglitz, é errado dizer que o BNDES empresta a juros subsidiados, pois, na verdade, o banco público aplica taxas razoáveis.

Nascido em Gary, maior cidade do Condado de Lake, em Indiana, nos Estados Unidos, Joseph Stiglitz tem 73 anos. Doutor em economia pelo Instituto de Tecnologia do Massachussetts (MIT), ele presidiu o Conselho de Assessores Econômicos no governo Bill Clinton, de 1995 a 1997, e foi vice-presidente sênior para Políticas de Desenvolvimento e economista chefe do Banco Mundial. Desde setembro, é um dos conselheiros do comitê que elabora políticas antiausteridade para o Partido Trabalhista do Reino Unido, atualmente na oposição.

O Espaço Público é apresentado pelos jornalistas Paulo Moreira Leite e Florestan Fernandes Júnior.

Ver entrevista: https://youtu.be/w8OYlOCb0IM

TV Brasil [http://bit.ly/1V9u6M4]:19/01/2016.


Imagem: 1: Getty Images; 2- Reprodução

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