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A política econômica do início de segundo mandato de Dilma Rousseff prenuncia mais desemprego, menor renda para os trabalhadores, redução do crédito ao consumidor e queda no nível de consumo da população, ou seja, recessão, cenário esse que foi admitido pelo ministro Levy em entrevista coletiva. (segundo previsões de analistas responsáveis, a economia pode “encolher” algo em torno de 1% em 2015).

Quem não votou na candidata à reeleição aplaudiu as decisões tomadas durante o último mês. A diretora-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, “após reunião a portas fechadas com Joaquim Levy (em Davos/Suíça), foi só elogios ao ministro da Fazenda. ‘Foi uma boa reunião. Estou encantada por ele ser um ex-FMI, disse (Levy passou pela instituição nos anos 90). Segundo ela, o ministro é um profissional ‘competente’: ‘É claro que ele tem credibilidade’.

E quem sufragou o PT, desde o primeiro turno do pleito do ano passado, está em pé-de-guerra : “O Joaquim Levy, na verdade, representa um conjunto de interesses, que acabou se impondo durante as eleições [presidenciais de 2014] e logo depois delas. [Eu] disse, em uma entrevista recente, que não é que a Dilma cometeu uma traição, porque esta é uma palavra imprópria. Ela, diante da desigualdade da correlação de forças, capitulou diante do projeto dos mercados financeiros”. (Luiz Gonzaga Belluzzo).

A oposição golpista, que animou a cena política depois das eleições, parece ter abandonado as ruas. Os trabalhadores insatisfeitos, via suas centrais, que agora as estão ocupando, criticando o aumento das tarifas, o corte de benefícios, a elevação dos juros básicos. A movimentação nas ruas parece que veio para ficar, pois a aposta econômica do governo — uma agenda negativa — também parece estabelecida.

Enquanto enfrenta este verão “de nossa desesperança”, o governismo trava batalha estratégica no Parlamento, que nesta semana elegerá as Mesas Diretoras do Senado e da Câmara dos Deputado. A maior (ou menor) capacidade de definição da agenda política nacional depende do resultado desta eleição e os articuladores políticos do governo Dilma Rousseff estão empenhados pela vitória.

No mais, o noticiário vai sendo alimentado pela Operação Lava Jato, pelo balanço da Petrobrás, pela escassez de água e energia (gargalos responsáveis por mais pressão negativa sobre o crescimento da economia), pela precariedade dos serviços públicos, pela violência urbana e pelos resultados econômico-financeiros desalentadores que vão sendo, paulatinamente, divulgados (setor externo da economia brasileira, nível de atividade econômica, preços dos alimentos, desaceleração do mercado de trabalho).

Quando os institutos de pesquisa de opinião pública perguntam para os brasileiros quais seriam os problemas nacionais e quais as prioridades que o governo Dilma Rousseff deveria adotar, o resultado é o seguinte:

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Principais Problemas Brasileiros e as desejáveis Prioridades (Pesquisa IBOPE/CNI – Dezembro de 2014)

 

Item Principais Problemas Ordem de Prioridade para a População
Drogas 1º lugar, com 67% 7º lugar, com 20%
Violência 2º lugar, com 65% 2º lugar, com 29%
Corrupção 3º lugar, com 62% 5º lugar, com 24%
Saúde 4º lugar, com 58% 1º lugar , com 51%
Inflação 5º lugar, com 49% 2º lugar, com 29%

Obs.: A soma dos percentuais não resulta em 100% porque a pesquisa permitiu múltiplas respostas.

Fonte: Confederação Nacional da Indústria/Ibope Inteligência -http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/01/prioridade-do-governo-deve-ser-saude-violencia-e-inflacao-diz-pesquisa.html.

Destaque-se que, em pesquisa anterior feita em 2012, o tema da inflação tinha menor relevância para a população: era o 17º problema nacional, segundo a opinião de 29% dos entrevistados (agora, ao final de 2014, apareceu em quinto, com 49%).


Créditos de imagem:

brasil247.com

 

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