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Por Ana Carolina Moreno

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A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) caíram mais uma vez na edição 2016-2017 do Ranking Mundial de Universidades da Times Higher Education (THE), divulgado na tarde desta quarta-feira (21).

A USP mantém o posto de melhor universidade da América Latina, mas teve o pior resultado desde 2012, ficando entre as posições 251 e 300 do ranking. Há quatro anos, a USP era a 158ª melhor instituição do mundo, de acordo com a lista anual. A Unicamp ficou entre as posições 401 e 500 na edição divulgada nesta quarta.

Apesar da queda no ranking THE, a USP avançou, neste mesmo mês, no ranking QS, outra instituição que avalia anualmente as universidades de várias partes do mundo, e alcançou sua melhor posição na história. A USP afirmou que não vai comentar o resultado do ranking.

No ano passado, a THE divulgou a edição 2015-2016 do ranking em 30 de setembro. Nos dados originais, a USP havia ficado na mesma posição (251-300) de 2016. Porém, segundo Phil Baty, editor do ranking, explicou ao G1, a THE divulgou, meses depois, uma correção feita em um dos cálculos, que acabou alterando a colocação de algumas instituições. Foi o caso da Universidade de São Paulo, que subiu para o intervalo entre as 201 e 250 melhores do mundo. Veja a evolução da USP no ranking THE desde 2011 (Foto: Editoria de Arte/G1)

“Um erro relacionado ao cálculo da Paridade do Poder de Compra (PPP, na sigla em inglês) nos dados financeiros de um pequeno número de instituições foi corrigido, o que afetou positivamento a posição da Universidade de São Paulo no ranking 2015-2016”, afirmou a THE, em março deste ano. “Usamos a PPP para que as comparações entre as universidades de diferentes países seja mais justa. A USP foi uma das instituições que submeteram dados financeiros em uma moeda diferente de sua moeda nacional, resultando em um cálculo incorreto da PPP.”

Também no ranking do ano passado, a Unicamp havia ficado entre as posições 351 e 400 em 2015-2016. Nesta edição, ela caiu pela segunda vez consecutiva, e agora está entre as posições 401 e 500. Veja a evolução da Unicamp no ranking THE desde 2011 (Foto: Editoria de Arte/G1)

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Metodologia

A THE analisou os dados de 980 universidades de 79 países para a 13ª edição de seu ranking anual, o que, de acordo com a revista, representa 5% de todas as instituições de ensino superior do mundo. O ranking leva em conta cinco áreas: ensino (o ambiente de aprendizado), pesquisa (volume, renda e reputação), citações (influência na pesquisa), panorama internacional (equipe, estudantes e pesquisa), renda industrial (transferência de conhecimento).

Nesta edição, pela primeira vez em seis anos a liderança da lista mudou de mãos: a Universidade de Oxford, no Reino Unido, desbancou o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e ficou no topo do ranking. O Caltech ficou em segundo lugar, e a Universidade Stanford, também da Califórnia, ficou na terceira colocação. Segundo a THE, essa é a primeira vez na história do ranking que os Estados Unidos perdem a primeira posição do ranking.

As dez melhores do Ranking Mundial de Universidades THE (2016-2017)

  • Universidade de Oxford – Reino Unido
  • Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) – EUA
  • Universidade Stanford – EUA
  • Universidade de Cambridge – Reino Unido
  • Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) – EUA
  • Universidade Harvard – EUA
  • Universidade Princeton – EUA
  • Faculdade Imperial de Londres – Reino Unido
  • Instituto Federal Suíço de Tecnologia Zurique – Suíça
  • Universidade da Califórnia, Berkeley – EUA

O Brasil no ranking

Nesta edição, o Brasil aumentou sua influência no ranking, e aumentou de 17 para 27 o número de universidades que aparecem entre as 980 melhores do mundo. Porém, no ano passado, quatro delas conseguiram ficar entre as 600 melhores: USP, Unicamp, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Neste ano, as duas instituições fluminenses caíram para o intervalo entre as 601 e 800 melhores.

Além disso, a Universidade de Brasília (UnB), que era a quinta melhor do Brasil na lista de 2015-2016, entre as posições de número 601 e 800, ficou de fora da edição 2016-2017.

Outras 11 instituições brasileiras fizeram sua estreia no ranking THE: Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Estadual de Maringá (UEM).

“É uma ótima notícia que o Brasil ocupar 27 lugares na lista recém-expandida desse ano das melhores universidades do mundo, e que ele agora possui duas novas participantes dentre as 800 maiores”, afirmou Phil Baty, em um comunicado. “Contudo, o Brasil perdeu terreno. Ambas de suas principais universidades, a Universidade de São Paulo e a Universidade Estadual de Campinas, perderam terreno, o que significa que existe apenas uma universidade brasileira dentre as 400 melhores, duas a menos que no ano passado. No total, um terço de suas representantes caiu para uma faixa inferior. Também é decepcionante que apenas uma universidade argentina esteja no ranking, a Universidade Nacional do Sul, na faixa 801+, em parte pelo fato de que poucas universidades argentinas participam do ranking por meio de exercícios globais de referência”, disse ele.

Universidades brasileiras no Ranking Mundial THE (2016-2017)

  • 251-300) Universidade de São Paulo (USP)
  • 401-500) Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
  • 601-800) Universidade Federal do ABC (UFABC)
  • 601-800) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • 601-800) Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • 601-800) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • 601-800) Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  • 601-800) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • 601-800) Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
  • 601-800) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
  • 601-800) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • 601-800) Universidade Estadual de São Paulo (Unesp)
  • 801-980) Universidade Federal da Bahia (Ufba)
  • 801-980) Universidade Federal do Ceará (UFC)
  • 801-980) Universidade Federal de Goiás (UFG)
  • 801-980) Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop)
  • 801-980) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  • 801-980) Universidade Federal de Rio Grande do Norte (UFRN)
  • 801-980) Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  • 801-980) Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
  • 801-980) Universidade Federal de Lavras (Ufla)
  • 801-980) Universidade Federal de Viçosa (UFV)
  • 801-980) Universidade Federal Fluminense (UFF)
  • 801-980) Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • 801-980) Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)
  • 801-980) Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj)
  • 801-980) Universidade Estadual de Maringá (UEM)

A UFABC, que apareceu pela primeira vez no ranking THE, é a terceira melhor universidade do Brasil, segundo a revista britânica (Foto: Rafael Sampaio/G1)

Nota: Para consultar o ranking completo acesse o link – www.thewur.com

Globo: 21/09/2016.

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Ana Carolina Moreno. Jornalista.

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