Em Açoite, Destaques

Não sei se o que vou dizer aqui já o foi anteriormente. Afinal foram tantos os autores e tantos livros editados nestes últimos 50 anos desde os clássicos da Etologia de Konrad Lorenz, seus opositores da escola de antropologia cultural de Boas, até os radicais Wilson das formigas e Dawkins do gene egoísta, e tantos outros cuja influência no pensamento do homem avisado de nossos dias. Mas não me lembro se algum tratou dessa patologia humana que chamamos vegetarianismo. Que fique claro que não pretendemos aqui preencher esta lacuna. Pretendemos apenas promover um debate.

Há duas correntes de pensamento entre vegetarianos. Bem, não sei se o termo pensamento é adequado quando se trata de vegetariano. Uma que procura justificar a prática como boa para a saúde dos homens e outra que pretende com isso aliviar o sofrimento de animais de abate. Com isso vilanizam os cidadãos comuns e se colocam como seres superiores. E é por causa desse lado perverso do vegetariano que escrevemos este artigo.

Vamos lá. Em primeiro lugar consideremos as origens. Os ruminantes, ou melhor vacas, cabras, zebras, girafas, gazelas, etc. também vegetarianos convictos, passam a maior parte do dia forrageando ou ruminando. Para assegurar sua alimentação basta-lhe paciência e monótona rotina. Pastar, pastar e pastar. Enquanto isso, o carnívoro se alimenta por alguns minutos, mas tem que ser ardiloso e hábil, mais que os herbívoros, para poder caça-los.

O homem como o mais evoluído dos primatas teve que inventar armas, armadilhas e outros instrumentos para poder caçar. O risco de morte foi seu companheiro persistente. Enquanto isso os herbívoros pastavam e ruminavam. Mas, em compensação, com isso o homo sapiens desenvolveu sua inteligência, graças ao tempo livre de que dispunham para aprender e graças à necessidade de inventar para sobreviver.

Aparentemente houve um momento em que na “origem das espécies” algumas preferiram a segurança da forragem, e outras, os riscos da caça. O vegetariano nega a evolução de sua própria espécie. Nega a sua própria natureza ao querer aderir àquela dos herbívoros. É imperativo, por outro lado, que o homem moderno controle e mesmo condene a caça e a pesca em nome da própria evolução, senão da preservação das espécies. No passado o homem caçava para comer, hoje ele cria para comer e esta transição ocorreu em milhares de anos. E isto ocorreu porque esta mudança forçou o homem a investir progressivamente em inovação e na acumulação de conhecimento.

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