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Por Bob Fernandes

Na largada a Câmara votou Reforma que, ao menos na estreia, nada reformou. Reforma Porcina, a que foi sem nunca ter sido, como a viúva da novela.

Mas calma, ainda faltava mais… e na Cunholândia vale tudo.

Faltava votar o fim da reeleição, eleição unificada a cada 5 anos… e nesta quarta, 27, Cunha cunhou manobra para votar de novo o financiamento empresarial de campanhas.

Agora não mais no varejão dos candidatos, como na proposta derrotada, mas no atacadão, via partidos que repassariam a grana para os seus.

Na estreia, nada obteve os 308 votos necessários para mudar a Constituição.

“Distritão”, o único sistema com chances de aprovação, foi jogada do PMDB de Temer e do grande derrotado da primeira noite e madrugada, Eduardo Cunha.

Cunha não aceita derrota no que mais defende: incluir na Constituição o financiamento empresarial. Com ele perderia também Gilmar Mendes.

Mendes pediu vistas do processo há um ano, quando o Supremo, já por maioria definitiva, vetava financiamento empresarial.

A primeira batalha Cunha perdeu por vários motivos, alguns evidentes: demasiado apetite e prepotência em mais um ato atrabiliário.

Perdeu, ao menos o primeiro round, porque atropelou o relator Marcelo Castro (PI), do seu partido, e enterrou propostas negociadas por Castro na Comissão de Reforma.

Perdeu porque começa a ficar claro que, investigado por corrupção no esquema Petrobras, Cunha fará qualquer aliança para salvar o pescoço.

Reforma tão cobrada, ainda que não se saiba exatamente qual, não poderia ser feita porque um homem ambicioso e hábil sonha criar seu reino… a Cunholândia, ou Cunhistão.

Num sistema político gangrenando, Reforma não deveria ser imposta, com desprezo a regimentos, sugestões, debates, e também a erros acumulados.

O jogo não acabou, tem mais. Mas ao menos na estreia não houve avanço concreto.

Como, por exemplo, alguma barreira contra criação de partidecos que mordem dinheiro no fundo partidário e leiloam espaços no horário eleitoral.

Estranhamente, o que se comemorava ao fim do primeiro round não foi alguma Reforma, mas o ficar tudo como estava.

Comemorava-se, até então, o não ter ficado pior…a manutenção do status quo.
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Mas… calma, ainda faltava. E, como se sabe, na Cunholândia, ou Cunhistão e seus múltiplos significados, vale tudo.

Ver vídeo: https://youtu.be/REY0K2D_vv8

Bob Fernandes. Jornalista.


Créditos de imagem: cartacapital.com.br

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