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Fevereiro marca a reabertura oficial dos trabalhos nos Poderes Legislativos e Judiciário. E também da intensificação da disputa pelo protagonismo político, na luta que se desenvolve entre os três Poderes da República.

No plano do Judiciário, o inconcluso caso do ‘mensalão’ vai rendendo manchetes com duas prisões: a do deputado João Paulo Cunha – seguida de sua renúncia ao mandato parlamentar – e a de Henrique Pizzolato, refugiado na Itália. Associa-se, agora, a expectativa de que finalmente comece a tramitação do julgamento do ‘mensalão dos tucanos de Minas Gerais’, caso anterior que hibernava na Procuradoria Geral da República e que – somente após a mudança do Procurador-Geral – foi denunciado ao STF, nesta primeira semana de fevereiro.

No âmbito do Legislativo, a guerra de guerrilha em torno das prioridades a serem inseridas na pauta de atividades de deputados e senadores: os parlamentares querem deliberar sobre projetos que mantenham o Poder Executivo sob constante pressão política, forçando as negociações em torno dos interesses (regionais, corporativos, pessoais) agendados pelo Parlamento. Ao mesmo tempo, o Legislativo mantém litígio com o Judiciário, tentando conter a ‘judicialização da política’, com destaque para o julgamento do financiamento privado das campanhas eleitorais, em andamento no STF.

O Poder Executivo ainda detém a capacidade de comandar a agenda política nacional, mesmo tendo que negociar intensamente com os demais atores envolvidos. Neste momento, o foco da ação do governo é a reforma ministerial, com as demandas (da base de sustentação parlamentar da gestão Dilma) dificultando a distribuição de postos de comando dos Ministérios.

A este quadro de conflitos inter-institucionais, agregue-se o fator novo que emergiu em Junho de 2013. As demandas populares (direcionadas contra a má qualidade dos serviços públicos, contra os políticos e contra a corrupção) seguem na pauta política e deverão sustentar a movimentação nas ruas do País. Estamos assistindo isto ocorrer, com a greve nacional dos Correios e com os diversos conflitos locais a acontecer em São Paulo, Rio, Porto Alegre (com a greve dos rodoviários), Belo Horizonte, etc.

O epicentro da crise está nas metrópoles brasileiras. As regiões metropolitanas agitam-se com greves, mobilizações, conflitos de rua, queima de ônibus, apagões.

Os três níveis de governo estão na berlinda e o prestígio político da Presidente, dos Governadores e dos Prefeitos sofre desgaste com a ‘selva selvagem’ instaurada no cotidiano metropolitano: precariedade do sistema de transportes, ameaças aos sistemas de abastecimento de água e defornecimento de energia, superlotação no sistema de saúde, má qualidade de ensino, violência urbana, etc.

Dois prefeitos de capitais decidiram testar o ânimo rebelde das massas e deliberaram reajustar o preço das tarifas dos transportes públicos (principal fato-gerador dos acontecimentos de Junho, 2013). O resultado, pudemos testemunhar com os conflitos de rua que estão a acontecer no Rio de Janeiro, que já causaram mortos e feridos, na semana que passou…

Para monitorar a cena político-eleitoral, torna-se imprescindível a aplicação de pesquisas e a elaboração de análises a respeito dos fenômenos sociais metropolitanos, pois estas concentrações demográficas expressam e antecipam os comportamentos que poderão influir na decisão de voto em Outubro de 2014.

Neste sentido, merece atenção a pesquisa recente do instituto Vox Populi, que mediu a taxa de aprovação do Governo Dilma em sete capitais brasileiras. Constata-se, nesta enquete feita em janeiro, que:

(1) A imensa maioria dos entrevistados tem opinião formada sobre a gestão de Dilma, pois a taxa de alienação (composta pelo grupo de respostas do gênero ‘não sei’ e ‘não opinou’) gira em torno de 1%; e,

(2) O governo federal mantém prestígio elevado em duas capitais do Nordeste (com destaque para Fortaleza, onde os três níveis do Executivo estão em aliança política, associados em torno da reeleição de Dilma). No Sul, Dilma é avaliada positivamente onde o PT controla o governo do estado (Porto Alegre), mas enfrenta problemas em Curitiba (reduto com forte presença das forças de oposição). Já no Sudeste a situação é bem mais difícil para o governo, particularmente na capital paulistana.

Durante o ano, as metrópoles serão as caixas de ressonância da conjuntura nacional. E as forças políticas batalharão para conquistar os ‘corações e mente’ que influenciarão o resultado das disputas eleitorais deste ano.

O debate já está em curso, com uma acirrada discussão sobre as perspectivas econômicas para o biênio 2014/2015: a cada semana, a polêmica fica mais aguçada – centrada basicamente no curto e no curtíssimo prazo –  com o governo e a oposição disputando em torno dos resultados divulgados a respeito de  qualquer indicador macroeconômico. O fato preocupa, pois o quadro internacional não é dos mais favoráveis e talvez seja necessária a adoção de medidas de ajuste mais duras, no decorrer desse longo ano eleitoral.

 

Fonte consultada: http://noticias.band.uol.com.br/brasil/noticia/100000660532/governo-dilma-e-bem-avaliado-em-fortaleza-veja-outras-capitais.html

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