Por Redação
Amplamente veiculada pela mídia corporativa e também nas chamadas redes sociais, a exigência de “medidas mais duras” nas áreas trabalhista e previdenciária, pela Confederação Nacional da Industria (CNI) – uma das entidades patronais protagonistas do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff –, ao presidente interino, Michel Temer, sugere a elevação do regime semanal de trabalho de 44 horas (atual) para até 80 horas e jornada de trabalho de 12 horas.
Dada a repercussão geral negativa do discurso empresarial, a CNI apressou-se, através de nota no site institucional, esclarecer que o Presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, jamais defendeu aumento da jornada de trabalho e que a CNI tem profundo respeito pelos trabalhadores brasileiros e pelos direitos constitucionais, símbolo máximo das conquistas sociais de nossa sociedade (sic); o que em nada contribuiu para dissipar as desconfianças respeito às verdadeiras intenções patronais.
I
A Confederação Nacional da Indústria defende regime de trabalho para os trabalhadores brasileiros de 80 horas por semana: 12 horas diárias, inclusive domingo, quando haveria uma bonificação de quatro horas a título de repouso semanal remunerado.
Era assim quando meu pai começou a trabalhar como servente no comércio, em 1905: as lojas, no domingo, fechavam ao meio-dia. Ele e seus contemporâneos lutaram muito pelo regime de oito horas.
A sugestão faz parte das “medidas impopulares” propostas pela entidade, uma das patrocinadoras do golpe de estado em execução.
O presidente da CNI, porta-voz da mensagem levada ao vice-presidente em exercício, Michel Temer, em solenidade pública, chama-se Robson Braga de Andrade, Foi citado, este mês, na delação premiada de Benedito Oliveira, pivô da Operação Acrônimo, como responsável por desvio de R$ 1 milhão para eleger políticos corruptos.
Com longa carreira no sindicalismo empresarial, Robson é presidente de uma firma de equipamentos e serviços na área de engenharia, a Orteng, de Contagem, Minas Gerais, comprada ano passado pela multinacional francesa Vinci Energies.
Parabéns aos trabalhadores que apoiaram o golpe.
Felizmente, para mim, eu tenho 80 anos.
Nilson Lage, Jornalista [Do Facebook do Autor]
II
Imagine um mundo onde não haja SUS, as pessoas tenham que trabalhar 11 horas por dia, sete dias por semana (as tais 80 horas), e que só possam se aposentar aos 75 anos de idade, independente de terem começado a trabalhar aos 14.
Imaginou?
Pois, o Temer imaginou!!!
Gustavo Gindre. Jornalista. [Do Facebook do Autor]
Acesse o link: http://bit.ly/29mZXMr
UOL: 08/07/2016.
