Em Destaques, Vida Nacional

Por Ricardo Kotscho

O PSDB foi o grande vitorioso e, o PT, o grande derrotado nas eleições municipais de domingo.

E o PMDB continuou no mesmo lugar, mantendo o maior número de prefeituras, embora tenha caído de 1.017, em 2012, para 933 agora.

Em números absolutos, o PSDB cresceu pouco, foi de 701 para 709 prefeituras, mas, além de conquistar São Paulo, ganhou em Teresina e disputará o segundo turno em outras oito capitais.

O PT encolheu de 644 prefeituras, em 2012, para 237 este ano, só ganhou numa capital (Rio Branco, no Acre) e foi para o segundo turno apenas no Recife.

No balanço geral de votos, o PSDB cresceu de 3,8 para 5,4 milhões, o PMDB caiu de 3,6 para 2,4 milhões e o PT despencou de 4,07 para 1,98 milhão.

Em resumo, foi isso que as urnas revelaram no domingo, mas quem mais cresceu foi o número de votos nulos, brancos e abstenções, ou seja, o voto em nenhum deles, em “ninguém”. Foram mais de 40 milhões de votos desprezados pelos eleitores.

Quatro em cada dez dos 114 milhões de eleitores aptos a votar no domingo não digitaram o número de nenhum dos quase 480 mil candidatos a prefeito e vereador em todo o país.

Em São Paulo, apesar da sua vitória avassaladora, João Dória teve menos votos (3.085.187) do que brancos, nulos e ausências (3.096.304), o que ajuda a explicar a decisão já no primeiro turno.

No Rio, o total de brancos, nulos e abstenções chegou a 1.866.621, mais do que a soma dos dois candidatos que se classificaram para o segundo turno _ Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL), que tiveram juntos 1.395.625 votos.

A mesma situação se repetiu em outras sete capitais (Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Belém, Cuiabá, Campo Grande e Aracaju), onde os votos rejeitados superaram os do primeiro colocado nas eleições.

A debacle nacional do PT pode ter contribuído para inchar este contingente de “não votos”, diante do cardápio de candidatos.

A registrar, também, que quem mais ganhou espaço na disputa pelas prefeituras das capitais entre os partidos pequenos e médios foram o PSOL, partido formado por dissidentes do velho PT, e o PDT, um antigo aliado, hoje comandado pelos irmãos Ciro e Cid Gomes.

No tabuleiro dos 35 partidos que disputaram esta eleição, muita coisa certamente vai mudar a partir da contabilização dos resultados de domingo, com muito cacique já de olho em 2018. Sai na frente quem conquistar os votos dos que desta vez optaram por “ninguém”.

E vamos que vamos.

Balaio do Kotscho[http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho]:04/10/2016

Ilustração: charge de Bello (José Bello da Silva Junior).

____________

Ricardo Kotscho. Jornalista.

Facebooktwitter