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Pensando bem, é mesmo um país de cafajestes. Só que eles não estão nos metrôs e nos trens de subúrbio, mas em Brasília com gordos salários. O IPEA há duas semanas anunciou um dado espetacular: 65,1% dos brasileiros julgavam que a culpa é das mulheres, com suas roupas provocantes, pelo assédio e abusos que sofriam em transportes públicos.

E agora, duas semanas depois, esclarecem. Não são 65,1% mas 26%. E dizem que confundiram “as curvas”. Ora, não há curva nenhuma neste tipo de estatística, (só se for uma curva de um ponto só), a não ser que se observe a evolução da variável com o tempo.

O que, entretanto, é inacreditável é que demorassem duas semanas para que o erro fosse detectado. E isso após o enorme escândalo nacional e internacional. Será que nenhum desses soi disant pesquisadores não percebeu de imediato a discrepância gritante entre os dados que ele próprio manipulou e os que foram publicados na imprensa? Será que não têm esses pesquisadores nenhuma sensibilidade social para perceber o absurdo daquilo que haviam convivido em suas pesquisas?

O mais provável é que alguém tenha percebido, mas que teriam decidido (alguém no topo) abafar. Mas a indignação cresceu e ultrapassou fronteiras. Alguém faria uma nova pesquisa desmentindo o IPEA. Então resolveram reconhecer a besteira. Pois é, onde estão os cafajestes?

Créditos de imagem: agoraalminoafonsoinforma.blogspot.com

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